Por: Helciane Angélica
Na noite dessa sexta-feira
(27.04), na Assembleia Legislativa do Espírito Santo ocorreu a cerimônia de
lançamento dos 30 anos dos Agentes de Pastoral Negros do Brasil naquele Estado.
A atividade antecedeu a 15ª Assembleia Geral e Eletiva da entidade nacional do
movimento negro.
A cerimônia foi iniciada com a
exibição do vídeo institucional dos APNs, em seguida por uma mesa de honra
composta por: Nuno Coelho, Coordenador Nacional dos APNs; Claudio Vereza,
Deputado Estadual (PT); Noemi Dandara, representante da juventude APNs do
Estado do Espírito Santo; Helciane Angélica, Coordenadora Estadual dos APNs do
Estado de Alagoas; e M´ Bana Nitchigna, professor universitário oriundo do país
africano Guiné Bissau.
A jovem Dandara foi a primeira a
fazer o uso da palavra para dar as boas vindas aos malungos e malungas APNs
oriundos de vários estados e convidados presentes que foram prestigiar o
momento, a exemplo de Wellington Barros (Unegro), Maria da Penha Pereira
(Pré-Vestibular afro), Antônio Carlos (representante do movimento negro e do
PT) e outros. Outro convidado importante o Professor M´ Bana, que foi pego de
surpresa para compor a mesa de honra, demonstrou a alegria em estar junto dos
irmãos brasileiros. “Estou muito feliz em
poder desfrutar desse momento, para olhar, ouvir, simplesmente prestar atenção
e ainda poder dar a minha contribuição isso é muito bom, agradeço por estar
aqui com vocês”, disse.
O Deputado Estadual Claudio
Vereza – teve suas raízes sócio-políticas nas Comunidades Eclesiais de Base
(CEBs) e defende as questões na área dos direitos humanos – é um grande
parceiro dos APNs e demonstrou sua satisfação da solenidade ocorrer dentro da
“casa do povo capixaba”; além de ressaltar a importância histórica do
continente africano, a contribuição do povo negro no desenvolvimento do Brasil
e enalteceu o caldeirão cultural de raças e etnias no Espírito Santo.
“Todos nós viemos de um único continente, de uma única terra, da mãe
África. E embora eu não tenha a pele negra, tenho o compromisso étnico e
respeito pela nossa ancestralidade. E infelizmente, não tem como pagar ou
saldar a dívida histórica que o povo negro sofreu durantes séculos. A aprovação recente do
sistema de cotas no Supremo Tribunal Federal (STF) representa uma grande
conquista, pois não poderíamos mais ser coniventes com o processo
anti-histórico e anti-democrático que é a desigualdade da participação de
negros nas Universidades. E tenho certeza que teremos outras vitórias”,
exaltou o parlamentar.
Já Helciane Angélica reforçou a
importância da comemoração dos 30 anos dos APNs ocorrer em Alagoas,
principalmente, para reviver a vigília afro realizada no ano de 1995 na Serra
da Barriga, que até hoje é comentada pelas pessoas que participaram. “Queremos com esse momento não só marcar a
importância do aniversário, como também, reverenciar a luta e os ideais dos
guerreiros e guerreiras que construíram o Quilombo dos Palmares. E para que os
jovens de hoje, possam daqui a 30 anos continuar falando sobre essa importante
ação”, ressaltou.
Representatividade
O Coordenador Nacional, Nuno
Coelho, ao utilizar a tribuna enalteceu a atuação dos APNs em diversos campos
de atuação e a necessidade de expandir o olhar para o continente africano. “Os APNs é uma das entidades mais
antigas do Movimento Negro, já são 29 anos de existência e luta em prol de
políticas públicas e combate do racismo”, disse.
No dia 16
de março, o Estado de São Paulo fez a abertura oficial do Ano Celebrativo dos
30 anos no Museu Afro Brasil. A proposta é que ao longo desse ano, cada estado
que possui mocambos de APNs realize uma atividade como essa, para destacar a
importância e contribuições da entidade, e ainda motivar a participação em
março de 2013, nas cidades alagoanas de Maceió e União dos Palmares.
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